Marcos Maracajá
Há décadas nas pesquisas sobre as famíllias, e especialmente minha família paterna, tenho descoberto a fragillidade em se manter o sobrenome de algumas famílias, mesmo as mais tradicionais.
Eu mesmo poderia me chamar Marcos Rodrigues de Oliveira Ledo Freire Tavares Leitão de Abreu Tranca. De uma só vez eu traria meus mais antigos antepassados do lado paterno. Estariam no meu sobrenome todo meu lado paterno mais longevo. Todo esse emaranhado traria meus décimos avós Capitão Pascácio de Oliveira Ledo e sua esposa Isabel Rodrigues, verdadeiros fundadores da Fazenda Cabaceias, atual Cidade no Cariri paraibano, em seguida meus sétimos avós, também paternos, Coronel José de Abreu Tranca e Maria Tavares Leitão, àquele de Viana, atual Viana do Castelo, Portugal, e esta da Freguesia de Santos Cosme e Damião, Igaraçu.
Dito isto, por que não é assim? Por que me chamo Marcos Antônio da Costa Porto Maracajá? Vai uma explicação, o "da Costa" é recente, trouxe para meu sobrenome no meu segundo casamento. E olhem que trago no sangue a estirpe do Coronel José da Costa Romeu.
Mas ainda continua um dilema, tenho nos meus antepassados paternos ainda sobrenomes que se quer lembram os acima! Faltam os Costa Souto, Farias de Oliveira, Borges Gurjão, Melo Medeiros, Coutinho, Ferreira. Destes não sei quem inventou mais.
O sobrenome Ledo me encanta, mas há uma frustação ainda, não cheguei a Bartolomeu Ledo, chego a quase 100%, mas tem o quase, um infinito número pequeno, QUASE lá, mas vou ter muita calma para dizer que estou quase... E daí em diante os Lins, do Rodrigo, da tradução do alemão para miscegenar melhor com o nome e o DNA. Rodrigo que vira sobrenome Rodrigues, sim, de Isabel Rodrigues, talvez uma prima legítima ou mesmo tia do Capitão Pascácio de Oliveira Ledo.
Essa gente, os Oliveira Ledo, primeiro chegaram ao Rio Grande (do Norte) desde 1600 pouco mais ou menos, mas sabe-se que em 15 de abril de 1604, o patriarca (quase), Bartolomeu Ledo recebeu em doação de sesmaria por Jerônimo de Albuquerque. As informações foram fornecidas no ano de 1614 por ocasião de provisão que mandou averiguar as terras doadas na Capitania do Rio Grande em 1614. Quem informou? O Padre Gaspar Gonçalves Rocha, Vigário na Capitania, e do morador Manuel Rodrigues. Não digo!? Esses Rodrigues sempre perseguem os Ledo? E tanto de Isabel Rodrigues de Oliveira, perdeu-se o Ledo de Pascácio nos complementos dos nomes das filhas Cristina e Isabel. Lamentável.
Voltemos um pouco para 1664, de lá nos informam que os Oliveira Ledo ganharam sesmaria no interior do Rio Grande do Norte, antes da primeira do interior da Paraíba, a do Capitão-mor Antônio de Oliveira Ledo, a segunda dos Oliveira Ledo veio em 1670, 5 anos depois daquela.
Fui longe demais.
E os demais sobrenomes, bem vamos para o casal Coronel José de Abreu Tranca e Maria Tavares Leitão que dos filhos nem sobrou nada de Tavares Leitão, e até o Tranca desaparece nas filhas, ficou apenas nos filhos, José, Clemente, Francisco, e um outro, se tem outro que não é do DNA Tavares Leitão, e sabe-se lá quem é Josefa que deu à luz a Cosme para José de Abreu Tranca, dos Cariris de Fora!
O que eu sei que Ângela, Catarina, Maria, Ana, ainda carregaram o Abreu e para variar acrescentaram Pereira. As outras não foram submissas, trouxeram Maria, Jesus, Nazaré. Os filhos destas misturaram os Barbosa Coelho, Antunes de Siqueira, Bezerra do Vale, Furtado dos Santos. Costa Oliveira, com Antunes de Abreu, Alves Bezerra, Alves Abreu, e uma infinidade.
Um século e meio depois vieram ouros mais estranhos ainda, Maracajá, e uma mistura adquirida à medida que a filharada foi nascendo e os pais ao levá-las para o vigário batizar, já saiam com nome o sobrenome dos padrinhos. Dos padrinhos? Não só deles, mas dos amigos e abastados amigos dos pais.
Um exemplo que essa onda pegava em todo mundo foi o nome e o sobre do fundador de São João do Rio do Peixe, o Coronel João Dantas Rotea, que ao ser batizado no dia 4 de março de 1725, nascido em 4 de março do mesmo ano, teve por padrinhos João Fernandes Rotea e Francisca Gonçalves. Seus pais Manuel Gonçalves e Maria Gonçalves, do lugar Dantas, da Freguesia de São Pedro de Rubiães (Abreu, Wlisses Estrela de Albuquerque, São João na colônia e no império: fazenda, povoado e vila (1691-1889) / Wlisses Estrela de Albuquerque Abreu. Teresina-PI: Gráfica e Editora Halley S. A., 2015, 394p. : il.). O nome do menino João (Joam, no original), ganhou o Dantas do local, e Rotea do padrinho. Assim que veio para o Brasil, adentrou-se sertão à fora até firmar os pés no alto Sertão paraibano, João Dantas Rotea.
C Coronel João Dantas Rotea chegou a apadrinhar netos do Coronel José de Abreu Tranca na Fazenda Araçás, reduto dos Abreu Tranca e Tavares Leitão, em São João do Rio do Peixe.
Focando a câmera para outro ângulo, o de lá de riba, vou dizer a vocês que hoje nos Cariris Velhos, Sertão, Agreste, Brejo da Paraíba e outros cantos do mundo, os Abreu Tranca, e todos os outros sobrenomes que os acompanharam, mudaram e estão nos Maracajá, Abreu, Sales, Colaço, Barbosa Coelho, Antunes, Alves Bezerra, Pereira, e ainda, pasmem, ainda, Abreu Tranca.
Vou trazer uma relação de nomes com sobrenomes que uma Abreu Tranca de DNA, sem o sobrenome, deixou espalhados pelos Cariri de Fora e até acolá: Antônia Caetana de Santana casada com Antão de Farias Oliveira:
Seus filhos:
1. Adeodato de Farias Oliveira, ou Abreu Tranca, ou Freire Mariz, ou...?;
2. Alexandrina Caetana de Santana que casou com o Capitão Vicente Borges Gurjão, que enterrou os anteriores sobrenomes para sobrar Farias Gurjão, Borges Gurjão, Borges, Borges Coutinho, Coutinho de Almeida, e daí sepultaram o Borges Gurjão, em alguns, graças a Deus;
3. Antônio de Farias Tranca casou com Francisca Genuína de Farias Caldas.
4. Porfírio Antão da Costa Ramos casado com Maria Bencinda da Costa Ramos. O Costa Ramos para Porfírio Antão foi uma forma do casal Antão de Farias Oliveira e Antônia Caetana de Santana homenagearem o avô materno daquela, Hilário da Costa Ramos, ou Romeu.
5. Umelina Maria dos Milages casou com Claudino Isidro de Freitas. Um devocional que pegava nas mulherada dos século passados.
6. Rosalina Freire Mariz, com alguma variação, casou com José da Costa Ramos. O Freire Mariz esteve presente para os irmãos de Antônia Caetana de Santana, Capitão Inácio da Costa Freire Mariz, e o Coronel Patrício José Freire Mariz, de Alagoa Nova, ali na Paraíba.
7. Patrício Maria Freire.
8. Isabel Donatília de Araújo casou com Franklin Dias de Araújo.
9. Rufina Freire Mariz casou com o primo legítimo Coronel Patrício da Costa Freire Mariz Maracajá.
10. Cândida Freire Mariz casou com o primo legítimo Coronel Antônio da Costa Freire Maracajá.
11. Maria Freire dos Milagres casou com Trajano Dias de Araújo.
12. Francisco Farias de Santana.
13. Major Manuel Maria de Farias Oliveira, Neco Tão, casou com Francisca Emília Falcão. Neco Tão soube trazer os Marinho Falcão, de Vasco Marinho Falcão, natural de Viana, Portugal, casado com Inês Lins, primeiro com este sobrenome a aportar em Pernambuco no Século XVII.
Amanhã tem mais.