Capitão Inácio Maracajá, ascendentes e descendentes

Marcos Maracajá

Baseada no meu livro inédito: Coronel José de Abreu Tranca e os Oliveira Ledo: sua descendência.

Coronel José de Abreu Tranca, natural de Viana do Castelo, Distrito de Viana do Castelo, Província de Minho,  Portugal. Casou com Maria Tavares Leitão, natural da Freguesia de Santos Cosme e Damião, Igaraçu*, Pernambuco.
* Igarassu, atualmente, embora seja de origem tupi, Igarassu tem sido oficialmente grafada desta forma, fugindo da norma gramatical de que os nomes estrangeiros ou das línguas nativas do Brasil sejam escritos com cedilha e não com dois "ss". Sobre o adjetivo pátrio, Igaraçuense, diz Houaiss, "(s. XVI, cf. IBGE) relativo a Igaraçu PE ou o que é seu natural ou habitante; igaraçuano, ETIM top. Igaraçu (do tupi i'ara 'canoa' + gwa'su 'grande') + ense."
Filhos do Coronel José de Abreu Tranca e Maria Tavares Leitão:

1. Ana Maria de Abreu Pereira;

2. Ângela de Abreu Tranca;

3. Catarina de Abreu  Pereira, ou Catarina de Abreu Tranca;

4. Clemente de Abreu Tranca, Capitão;

5. Francisco de Abreu Tranca;

6. José de Abreu Tranca, Capitão;

7. Maria de Abreu Pereira.

1. Ana Maria de Abreu Pereira nasceu no Sítio Araçás, São João do Rio do Peixe, Paraíba.

Ana Maria de Abreu Pereira casou Manuel do Rego Muniz, natural da Ilha da Madeira, Portugal, filho de Francisco Muniz e Josefa dos Reis, pais de:
1.1 Ana nasceu em 3 de abril de 1768, foi batizada em 30 de abril de 1768 na Igreja de Nossa Senhora dos Milagres;
1.2 Maria nasceu 1770, foi batizada em 7 de maio de 1770 em São João do Cariri;

1.3 José nasceu em 19 de dezembro de 1776, foi batizado no dia 19 de fevereiro de 1777 na Matriz de Nossa Senhora dos Milagres, sendo padrinhos José Barbosa Pereira com procuração de Manuel Dias e Clara Pereira da Silva.

1.4 Josefa nasceu em abril de 1778 na Fazenda Badalo, atual Município de Santo André, Paraíba, foi batizada na mesma Fazenda Badalo no dia 17 de maio de 1778, sendo seus padrinhos Capitão Clemente de Abreu Tranca, tio materno, e Polônia Maria de Jesus.
2. Ângela de Abreu Tranca nasceu no Sítio Araçás, São João do Rio do Peixe. Ângela de Abreu Tranca, ou Ângela de Abreu Pereira, casou com Carlos Bezerra do Valle, natural de Vitória de Santo Antão, Pernambuco, (Também pode ter nascido em Santo Antônio do Tracunhaém, do mesmo Estado) filho de Miguel Álvares Pereira e Florência Bezerra. São filhos do casal:
2.1 Francisco do Valle nasceu na Fazenda Badalo, São João do Cariri em 1767, foi batizado em São João do Cariri em 01 de julho de 1767;
3. Catarina de Abreu Pereira, Catarina de Abreu Tranca, nasceu em 1730, mais ou menos, no Sítio Araçás, São João do Rio do Peixe, faleceu no dia 25 de setembro de 1791  aos "60 anos e tantos" na Fazenda Cipó, antigo termo de São João do Cariri. 

Catarina de Abreu Pereira casou com o português Domingos Antunes de Siqueira, filho de Manoel Barbosa Coelho, ou Manoel Gomes,  e Maria de Abreu ou Inácia Antunes de Siqueira, são filhos do casal:
3.1 Domingos Antunes de Abreu Tranca  Casou com Ana Joaquina Barbosa, do qual resultou no filho:
3.1.1 Cipriano de Abreu Tranca nasceu em 5 de dezembro de 1786 em São João do Cariri onde foi batizado em 6 de janeiro de 1787.
3.2 Joaquim de Siqueira nasceu em 1766 ou 1767, foi batizado em 02 de abril de 1767 em São João do Cariri;
4. Capitão Clemente de Abreu Tranca nasceu no Sítio Araçás, São João do Rio do Peixe casou com Ana Teresa da Cunha, ou Izabel Tereza de Jesus, pais de:
4.1 Antônia Abreu Tranca nasceu em 17 de dezembro de 1789, Fazenda Badalo, Serra Branca, Paraíba.
5. Capitão Francisco de Abreu Tranca nasceu no Sítio Araçás, São João do Rio do Peixe, Paraíba. 
Francisco de Abreu Tranca casou com Joana Batista de Vasconcelos, natural de Igaraçu, Pernambuco, filha de João de Souza e Catarina do Rosário, filho do casal:
7.1 Antônio de Abreu Tranca casou com Izabel de Andrade Souza, pais de:
7.1.1 Francisco de Abreu Franca (neto) nasceu em 01 de maio de 1787 em São João do Cariri onde foi batizado em 20 de julho de 1787;
6. Capitão José de Abreu Tranca nasceu no Sítio Araçás, atual Município de São João do Rio  do Peixe, Paraíba, faleceu em 19 de fevereiro de 1798 em São João do Cariri, Paraíba. Casou com Maria José Freire que faleceu no dia 14 de novembro de 1786 em São João do Cariri e foi sepultada na Matriz de Nossa Senhora dos Milagres. 

Filhos do casal Capitão José de Abreu Tranca com Maria José Freire;
6.1 Patrício José de Abreu Tranca, Capitão, c/c Izabel Caetana Santana Freire Mariz, ou raros casos Isabel Caetana Bezerra de Melo.  Filhos do casal:

6.1.1 Capitão Inácio da Costa Freire Mariz Maracajá, nasceu em Areia (1810?), faleceu em 27 de setembro de 1863 na Fazenda Arara, São João do Cariri, Paraíba. Casou com Vicência Freire Pessoa, prima legítima, filha do tio paterno Capitão Antônio Pessoa de Abreu Tranca e Ana Freire Pessoa.
6.1.2 Patrício José Freire Mariz casou com Clarinda Freire Pessoa;
6.1.3 João Freire Mariz casou com Isabel Caetana de Santana; 

6.1.4 Luiz Gomes, que faleceu na infância.

Filhos do Capitão Inácio Maracajá com Vicência Freire Pessoa:

1. Ana da Costa Freire Mariz, n. 24/03/1836 em São João do Cariri, faleceu na infância. Seu nome era homenagem à avó materna, Ana Freire Pessoa;
2. Antônio da Costa Freire Mariz Maracajá, Tenente Coronel, n. em 23/06/1839 em São João do Cariri;
3. Constância Maria Freire Mariz, n. em 1847, foi batizada na Igreja de Nossa dos Milagres, São João do Cariri, em 8 de dezembro de 1847, faleceu em Recife em 1913;
4. José Freire Mariz Maracajá, Capitão, Zeca Maracajá, nasceu em 1849, foi batizado na Igreja de Nossa Senhora dos Milagres, São João do Cariri, em 25 de janeiro de 1849. Faleceu em Alagoa Nova, Paraíba, em 29/01/1878. Casou com com a prima Rosalina (original, Rozalina) Mariz Freire na Igreja de Sant'Ana, Alagoa Nova, em 14/07/1868;Rosalina passou assinar-se como Rosalina Mariz Maracajá.

São filhos do casal Zeca Maracajá e Rosalina:

4.1 Ezequias Mariz Maracajá, é pai de:

4.1.1 Elias Mariz Maracajá, nasceu em Belém do Pará, faleceu em Campina Grande, PB, em 1978. Casou com Aerolina Collaço Maracajá, filha de Zacarias Collaço e Salustiana Costa Colaço. Areolina faleceu em João Pessoa, PB, em 18/05/1980, aos 70 anos de idade. Do casal é filho o Engenheiro Químico, Zacarias Collaço Maracajá.

4.2 Inácio Freire Mariz Maracajá;

4.3 Isabel Mariz Maracajá;

4.4 Maria de Lourdes Maracajá;

4.5 Zacarias Freire Mariz Maracajá.

5. Lucas Freire Mariz Maracajá nasceu em 1847 em São João do Cariri, faleceu no Rio de Janeiro, Capital, em 26 de agosto de 1920, foi sepultado no Cemitério de Inhaúma, na antiga Capital da República. Coronel da Guarda Nacional em Recife durante o Império, e no Rio de Janeiro durante a República até 1920, quando faleceu. Casou em Olinda, PE, com Rosa Maria Vieira da Silva em 1875 (?). São filhos do casal:
5.1 Abdias Maracajá, n. Paraíba em 1876, f. Santos, SP. Casou em São Paulo, Capital, em 1900, com Rosa Marinho Falcão;
5.2 Dr. Arthur Bellegarde Mariz de Maracajá, Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito de São Paulo, turma 1896. Casou com Júlia Marinho Falcão em São Paulo, ano 1898, filha do Dr. Ismael Marinho Falcão e Generoza de Araújo Falcão.  São filhos do casal:
5.2.1 Arthur Maracajá nasceu em 1897 em São Paulo, SP, faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 8 de setembro de 1902 aos 5 anos de idade;
5.2.2 Roza Maracajá nasceu em 1 de setembro de 1911 no Rio de Janeiro, Capital. Casou com Alberto Gomes de Miranda no dia 15 de setembro de 1937, Rio de Janeiro, Capital;
5.2.3 Maria Maracajá nasceu em 1920 no Rio de Janeiro, Capital, faleceu no dia 30 de maio de 1971 no Rio de Janeiro, Capital. Casou com José Maria Uchôa Daltro;
5.2.4 Thomas Bellegarde Mariz de Maracajá nasceu no dia 18 de fevereiro de 1917 no Rio de janeiro, Capital;
5.2.5 Lucas Bellegarde Mariz de Maracajá nasceu no dia 29 de setembro de 1914 no Rio de Janeiro, Capital. Faleceu no dia 12 de dezembro de 1986 no Rio de Janeiro, Capital. Era casado com Maria Olenka de Maracajá;
5.2.6  Edelweiss Júlia Mariz de Maracajá nasceu no dia 7 de maio de 1903 no Rio de Janeiro, Capital. Casou com Guilherme de Sá Vinhaes, cunhado, no dia 14 de abril de 1928 no Rio de Janeiro, Capital;
5.2.7 Anélia de Maracajá nasceu no dia 30 de abril de 1907 no Rio de Janeiro, Capital. Casou com Manoel Vinhaes no dia 24 de dezembro de 1931 no Rio de Janeiro, Capital. Manoel Vinhaes nasceu no dia 8 de agosto de 1907 no Maranhão, filho de Manoel José Vinhaes e Raymunda de Sá Vinhaes;
5.2.8 Virgílio Bellegarde Mariz de Maracajá nasceu no dia 31 de dezembro de 1900 em São Paulo, Capital. Casou com Cymara Maracajá Ramalho, prima legítima, no dia 22 de junho de 1922 no Rio de Janeiro, Capital. Cymara Maracajá é filha de Celina Maracajá Ramalho e Régulo Ramalho;
5.2.9 Estácio Bellegarde Mariz de Maracajá nasceu em 6 de agosto de 1909 no Rio de Janeiro, Capital;
5.2.10 Júlia Edelweiss de Maracajá nasceu em 1915 no Rio de Janeiro, Capital. Faleceu no dia 27 de novembro de 1960 no Rio de Janeiro, Capital. Era solteira;
5.2.11 Arthur Bellegarde Mariz de Maracajá, Bubu, nasceu no Rio de Janeiro

5.3 Emmanuel Maracajá, n. 1877, Paraíba;
5.4 Anélia Freire Mariz Maracajá;
5.5 Cecília Ceciliana Freire Mariz Maracajá, nasceu em Recife, onde faleceu aos 16 anos de idade, vítima de queimaduras. Está sepultada na Igreja de São José, bairro do mesmo nome, Recife, Pernambuco;
5.6 Virgínia Ceciliana Freire Mariz Maracajá, n. em 1881 em Recife, PE, f. no Rio de Janeiro. Casou com o Dr. Manoel Dantas Coelho no Rio de Janeiro em 1907;
5.7 Celina Ceciliana Freire Mariz Maracajá, n. em 1884 no Recife, PE. Casou no Rio de Janeiro em 1907 com Régulo Ramalho. Filhos do casal:
5.7.1 Yolanda Maracajá Ramalho nasceu no dia 3 de maio de 1911 no Rio de Janeiro, Capital;
6. Patrício Freire Mariz Maracajá, n. Fazenda Arara em  27/05/1837, f. em 21/05/1912 em São João do Cariri, Paraíba. Tenente Coronel da Guarda Nacional. Primeiro matrimônio com Rufina Farias de Oliveira, após casamento, Rufina Freire Mariz Maracajá, filha de Antão Farias de Oliveira e Antônia Caetana de Santana, segundo informações do escritor e historiador Antão Ouriques de Farias ou do Espírito Santo, 

Filhos:

6.1 Abdias Freire Mariz Maracajá, Major da Guarda Nacional, casado com Anélia Freire Mariz de Maracajá, filha do tio paterno Coronel Lucas Maracajá;

6.2 Emília Freire Mariz Maracajá, casada em primeiras núpcias com o Dr. Alfredo Barbosa Ribeiro, filho do Major Belmiro Barbosa Ribeiro e Maria José da Silveira, naturais de Amarante, Piauí, pais de:

6.2.1 Patrício Maracajá Neto, falecido na infância;

6.2.2 Rufina Ribeiro Maracajá, casada com o Dr. Virgílio Ribeiro Maracajá;

Segundo matrimônio com o Major Joaquim de Medeiros Pereira, natural de Jardim do Seridó, RN, sem descendentes;

6.3 Ignacio Freire Mariz Maracajá, casado com Stella Freire Mariz Maracajá, filha do tio paterno Coronel Lucas Maracajá;
6.4 Maria Freire Mariz Maracajá.

Segundo matrimônio do Coronel Patrício Maracajá com Virgínia Maria de Melo Medeiros, após casamento, Virginia Maria de Medeiros Maracajá, filha do Coronel Luiz Vicente de Melo Medeiros, Coronel Lulu, e de Josefa Coutinho Gurjão:

6.5 José de Medeiros Maracajá, Major Zeca, nasceu na Fazenda Arara, São João do Cariri, em 1884, casou em primeiras núpcias com Emília Clara de Medeiros em Areia, Paraíba, no dia 14 de janeiro de 1912, ela filha do Dr. Luiz Vicente de Melo Medeiros Filho (ou Júnior) e Trifina Renovata Cândida de Medeiros, são filhos:

6.4.1 Geraldo de Medeiros Maracajá;

6.4.2 Linézio de Medeiros Maracajá;

6.4.3 Patrício Maracajá Neto;

Casou em segundas núpcias com Maria do Céu de Medeiros em São João do Cariri em 1901, falecida em Campina Grande, Paraíba, em 17 de junho de 1983, sua cunhada, filha do Dr. Luiz Vicente Borges de Medeiros e de Elisa de Queiroz Maracajá, são filhos:

6.4.4 Antônio de Medeiros Maracajá;

6.4.5 José Medeiros Maracajá Filho;

6.4.6 Luiz de Medeiros Maracajá Neto;

6.4.7 Maria do Socorro Maracajá;

6.4.8 Reginaldo de Medeiros Maracajá;

6.4.9 Zélia de Medeiros Maracajá;

6.6 Luiz de Medeiros Maracajá, Major Luiz, nasceu em Areia em 19/05/1878, faleceu em Campina Grande em 09/09/1971, onde foi sepultado. 
Casou em primeiras núpcias com Francisca Adelayde Ferreira Tavares, Chiquinha Maracajá, em 17/04/1907. O ramo Ferreira Maracajá surgiu desse casal.  São filhos:

6.6.1 Aluísio Ferreira Maracajá;

6.6.2 Edeltrudes Ferreira Maracajá, n. Fazenda Arara, em 13/01/1908, f. em Guarabira, PB, em 06/09/1996. Casou com Aureliano Colaço Costa;

6.6.3 Hylda Ferreira Maracajá;

6.6.4 Luiz Ferreira Maracajá;

6.6.5 Maria Ferreira Maracajá, n. Soledade, PB, 30/03/1909;

6.6.6 Stella Ferreira Maracajá casou com Zeferino Soares Branquinho, natural de Monteiro, Paraíba. São filhos do casal:

6.6.6.1 Dr. Bensaude Branquinho Maracajá, Bacharel em Direito pela USP (Universidade de São Paulo) e passou no concurso para Promotor de Justiça, e exerceu a promotoria em Porto Ferreira, SP;

6.6.6.2 Dr. Iú Branquinho Maracajá, Físico pela USP (Universidade de São Paulo), foi criador e diretor do SERPRO (Serviço de Processamento de Dados do Governo Federal), aposentado;

6.6.6.3 Kit Maracajá Branquinho, Bacharel em Administração pela USP, aposentada como bancária;

6.5.6.4 Dr. Oto Branquinho Maracajá, Médico pela USP (Universidade de São Paulo), falecido;

6.6.7 Virgínia Ferreira Maracajá, casou com Juventino Matias de Oliveira em Juazeirinho, Paraíba;

6.5.8 Zilda Ferreira Maracajá casada com o primo Antônio de Medeiros Maracajá, filho de Zeca Maracajá, e Maria do Céu Maracajá.

Após o falecimento de Francisca Maracajá, em 1915, o Major Luiz Maracajá casou com Esther Guimarães Maracajá, deste consórcio nasceram os seguintes filhos:

 
6.5.9 Esterlinda Guimarães Maracajá, nasceu na Fazenda Arara, SJC, casou com Aderval Morais Batista.

Família Borges Gurjão na Paraíba

Marcos Maracajá

Baseado no meu livro inédito: Coronel José de Abreu Tranca e os Oliveira Ledo: sua descendência.

Atualizada em 31 de março de 2023.

A família Borges  Gurjão que se fixaram no Cariri paraibano são oriundos de Pernambuco, conforme a solicitação de Vicente Borges Gurjão, morador no Recife, registrada na sesmaria de número 934 de 22 de dezembro de 1789. 

É certo que a família deu nome a uma Fazenda no Cariri da Paraíba, como veremos na doação da sesmaria desde o ano de 1734.

Conforme o jornal Gazeta do Sertão, Ano II, nº 33, Campina Grande, sexta-feira, 9 de agosto de 1889, página 3, traz a concessão de uma  sesmaria que cita Timbaúba e Mucuitu, atualmente esta situada no Município de Santo André, Paraíba: 

Seridó - Governo de Francisco de Mendonça Gurjão.

Cosme Gomes de Figueiredo e D. Vicência de Arruda Câmara, filha de Francisco de Arruda Câmara, moradores nesta capitania, possuindo seus gados não tem onde os criar, senão no Sertão do Seridó, desta capitania dentre os providos do dito sertão Seridó, Cariry, Serra-Branca, Timbaúba, Mucutu e riacho chamado pela língua do gentio Cubaty e dos Porcos, por estarem terras devolutas, que sua custa descobriram eles suplicantes e necessitam delas para criar seus gados; pelo que requeriam a mercê de três léguas de dita terra, onde nela tivessem melhores cômodos e capacidade com todas as mais sobras para as quatro partes que houverem até toparem nos providos. Fez-se a concessão requerida aos 19 de janeiro de 1734.

É importante notar que na sesmaria acima concedida no início do Século XVIII já se fazia menção do termo Timbaúba, Serra Branca e Mucutu (Mucuitu) locais que ainda hoje existem e se conhecem na região do Cariri paraibano, próximo da cidade de Gurjão.

A sesmaria concedida a Vicente Borges Gurjão tomou o número 934 e foi concedida em 22 de dezembro de 1789, conforme o livro Apontamentos para a história territorial da Parahyba, 1910, de João de Lyra Tavares, páginas 447 e 448, como segue (ortografia atualizada por este autor):

Ajudante Vicente Borges Gurjão, morador no Recife, diz que possui uma sorte de terras de gados na ribeira das Piranhas, termo da vila do Príncipe, que houve por compra a Sebastião Gonçalves de Araújo, e porque não sabe onde para a data e para sua garantia quer nova sesmaria, fazendo peão no lugar da fazenda da Barra de baixo, na terra do suplicante, correndo rumo pelo rio das Piranhas e pelo rio das Espinharas até a ponta da ilha grande da parte de cima onde extrema com terras do sítio Jatobá do tenente coronel Manoel Monteiro e do dito lugar da fazenda da Barra de baixo até a barra do Riachão, onde extrema com terras do sítio do Jardim do Mandante Bartholomeu Soares de Brito em uma vereda que tem que passa por cima de uma laje de terra e deste dito lugar da extrema correndo direito do rio para fora, partindo sempre pela parte de baixo com terras do dito sítio do Jardim do dito Bartholomeu Soares de Brito, e como no dito rumo abaixo e acima não achará terras onde se possa inteirar de três léguas de comprido e uma de largo, se inteirará na largura o que faltar de comprimento, onde melhor for até entestar com as terras do mesmo suplicante do sítio Timbaúba. Foi feita a concessão, no governo de Jeronymo José de Mello Castro.

Passo a me referir aos meus ancestrais, Borges Gurjão a partir do Capitão Vicente Borges Gurjão e sua esposa Alexandrina Caetana de Santana. Não posso afirmar que o Capitão Vicente Borges Gurjão descende do primeiro, ou seja, do requerente da sesmaria acima, mas é provável.

Vicente Borges Gurjão nasceu em na Fazenda Timbaúba, atual Gurjão, no dia 8 de agosto de 1829,  foi batizado em outubro de 1829 na Matriz de Nossa Senhora dos Milagres, São João do Cariri, filho de Cosme de Farias Oliveira e Isabel Maria (Trutiberim, não consta do original).

Vicente Borges Gurjão em Timbaúba, atual Gurjão,
aos 66 anos de idade no dia 23 de setembro de 1895 às  3 horas da tarde. Foi sepultado no cemitério de Gurjão no dia 24 de setembro de 1895.

O Capitão Vicente Borges Gurjão consta em publicações oficiais do Século XIX. Citamos a primeira do jornal O Publicador, da Paraíba, com ortografia atual:

Portaria - O vice-presidente da província resolve nomear os cidadãos Justino Gomes da Silveira, Domingos da Costa Ramos e Vicente Borges Gurjão, que deverão prestar juramento no prazo de sessenta dias contados desta data, para completar a lista dos suplentes de juízes municipais e de órfãos do termo de S. João, por terem deixado de o fazer no prazo que para isso lhes foi designado o 3º, 4º e 6º dos nomeados Baduíno da Silveira Villa-Secca, Francisco de Salles Correia de Queiroz  e Francisco Malaquias Ribeiro; ficando a mesma lista organizada nos termos do § 1º do Art. 7º do decreto nº 2012 de 4 de novembro de 1857, pelo modo seguinte: 1º Dr. Francisco Félix Villar de Carvalho; 2º Claudino José dos Santos Leal; 3º Adeodato Villar de Carvalho; 4º Justino Gomes da Silveira; 5º Domingos da Costa Ramos; 6º Vicente Borges Gurjão (O Publicador, Ano III, Nº 490, quinta-feira, 21 de abril de 1864, folha de rosto).

Vicente Borges Gurjão casou com Alexandrina Caetana de Santana, em outros registros, Alexandrina Borges Gurjão, filha de Antão de Farias Oliveira e de Antônia Caetana de Santana. 

São filhos do casal Capitão Vicente Borges Gurjão e Alexandrina Caetana de Santana:

1. Abdon Borges Gurjão;

2. Francisco Borges Gurjão, falecido na infância;

3. Inácio Borges Gurjão;

4. Ismael Borges Gurjão;

5. Isabel Borges Gurjão;

6. José Borges Gurjão;

7. Maria Borges Gurjão, 1ª, faleceu na infância;

8. Maria Borges Gurjão casou com o pernambucano Antônio de Moraes Coutinho;

9. Sebastião Borges Gurjão casou com Maria Borges Souto

10. Ubaldo Borges Gurjão casou com Inácia de Farias Souto

São filhos de Ubaldo Borges Gurjão com Inácia:

10.1 Agácio Borges Gurjão;
10.2 Américo Borges Gurjão;
10.3 Francisca Borges Gurjão;
10.4 Francisco Borges Gurjão, ou Francisco de Assis Gurjão;
10.5 José Borges Gurjão;
10.6 Manoel Borges Gurjão, Manoel Ubaldo;
10.7 Maria Borges Gurjão;
10.8 Sebastiana Borges Gurjão;

10.9 Vicente Borges Gurjão (Neto).

10.1. Agácio Borges Gurjão casou com Felismina de Farias Freire.

Agácio Borges Gurjão faleceu às 7 horas do dia 7 de agosto de 1961 no Sítio Salgadinho, Gurjão. Segundo a declarante, filha de Agácio, Geni Borges de Farias, Agácio estava com 66 anos de idade, casado em segundas núpcias com Sebastiana Matias da Silva. A declarante disse que Agácio deixou 15 filhos: Francisco de Farias Borges, Elias de Farias Borges, Agaci de Farias Borges, Geny de Farias Borges, Waldemira Borges Ramos, Maria de Farias Borges, Iraci de Farias Borges, José de Farias Borges, Adilson Matias Borges, Valdomiro Matias Borges, Edy Matias Borges, Adelmira Matias Borges, Adeli Matias Borges, Ubaldo Matias Borges, Alírio Matias Borges.

5.1.1 Adélia Borges Gurjão;
5.1.2. Agácio Borges Gurjão Filho;
5.1.3. Anélia Borges Gurjão;
5.1.4. Elias Borges Gurjão;
5.1.5. Francisco Borges Gurjão;
5.1.6. Geni de Farias Borges;
5.1.7. José Borges Gurjão;
5.1.8. Iraci de Farias Borges;
5.1.9. Manoel Borges Gurjão.

Agácio Borges Gurjão casou em segundas núpcias com Sebastiana Matias Borges, destes são filhos:

5.1.10 Adélia Borges Gurjão;
5.1.11. Adezi Borges Gurjão;
5.1.12. Valdomiro Matias Borges.

5.1.13 Amilton Matias Borges;

5.1.14 José Matias Borges;

5.1.13 Amilton Matias Borges nasceu em 1956, faleceu às 5 horas do dia 25 de julho de 1957 no Sítio Salgadinho, estava com 11 meses de idade, segundo o pai Agácio Borges Gurjão. Foi sepultado em Gurjão.

5.1.14 José Matias Borges nasceu em março de 1959, faleceu às 5 horas do dia 7 de agosto de 1959 com 5 meses de idade no Sítio Salgadinho, foi sepultado no Cemitério de Gurjão.

5.1.2. Agácio Borges Gurjão (Filho) nasceu em 1927. Casou com Francisca Ana da Conceição no dia 7 de abril de 1949 na Capela de Santo André, ela com 19 anos de idade, filha de Manoel Nunes e Ana Antônia da Conceição, foram testemunhas Fenelon Medeiros e Antônio Francisco dos Santos.

5.2 Américo Borges Gurjão nasceu em 1905 na Fazenda Salgadinho, Gurjão. Faleceu às 13 horas do dia 12 de março de 1987 em João Pessoa, Paraíba.

Américo era casado com Francisca Borges Ramos, de quem deixou uma filha.

5.3 Francisca Borges Gurjão nasceu em 5 de abril de 1903 na Fazenda Salgadinho, foi batizada na Capela de São Sebastião, Gurjão, no dia 19 de julho de 1903.

Francisca Borges Gurjão, Chiquinha, casou com Luiz Ferreira Tavares, filho de José Ferreira Tavares, português da Ilha de São Miguel, Arquipélago dos Açores, nasceu em 5 de fevereiro de 1855, e Edeltrudes Ferreira Tavares, natural de Fortaleza, Ceará, faleceu em 6 de agosto de 1907 na Fazenda Catolé, Juazeirinho, foi sepultada em Gurjão. 

Luiz Ferreira Tavares em 8 de maio de 1891, no sítio Timbaúba do Gurjão, faleceu às 13 horas do dia 14 de fevereiro de 1978, em Campina Grande.

Francisca Borges Gurjão faleceu às 20 horas e 30 minutos do dia 13 de junho de 1992, aos 89 anos de idade. O casal Luiz Ferreira e Chiquina deixaram 2 filhos.

 

5.4 Francisco Borges Gurjão, ou Francisco de Assis Gurjão nasceu em 1883. Faleceu às 6 horas do dia 25 de setembro de 1945, solteiro. Foi sepultado no Cemitério de Gurjão.

Francisco Gurjão casou com Maria de Farias Souto, destes resultou o filho;

5.4.1 João de Farias Gurjão nasceu 1895 faleceu no dia 16 de setembro de 1960 aos 65 anos de idade, no Sítio Capitãozinho, Juazeirinho, era viúvo. Foi sepultado em Ipueiras.

5.5 José Borges Gurjão nasceu em 1888, faleceu aos 72 anos de idade no Sítio Água Doce às 16 horas do dia 16 de agosto de 1960. Era casado com Emília Borges Ramos. Deixou 12 filhos: Elias Borges Ramos, Pedro Borges Ramos, Ubaldo Borges Ramos, Maria Borges da Silva, Francisco Borges Ramos, José Borges Ramos, José Borges Filho, Francisca Borges Ramos, Erly Ramos Ferreira, Maria da Conceição Ramos, José Ramos Borges, Cecy Borges Ramos. Foi sepultado no cemitério de Gurjão.

5.6 Manoel Borges Gurjão, Manoel Ubaldo, casou com Alexandrina Borges Ramos, é filha do casal:

5.6.1 Severina Borges Gurjão nasceu em 1915 em Gurjão. Casou com José Lyra Gurjão. Severina Borges Gurjão faleceu às 11 horas do dia 10 de abril de 1938 aos 31 anos de idade. 

São filhos do casal José Lyra Gurjão e Severira Borges Gurjão:

5.6.1.1 José Lyra Filho nasceu em 1938 e faleceu no dia 7  de julho de 1938 com 2 meses de idade;

5.6.1.2 Manoel;

5.6.1.3 Maria.

Manoel Ubaldo ficou viúvo e casou em segundas núpcias com Maria Farias Gurjão, deixou o filho:

5.6.2 Luiz Borges Gurjão nasceu em 1924 em São João do Cariri. Faleceu às 6 horas do dia 23 de meio de 1984 em Campina Grande aos 60 anos de idade. Luiz Borges Gurjão era casado com Rita de Farias Gurjão. Deixou filho ao falecer.

Manoel Borges Gurjão faleceu às 2 horas do dia 14 de janeiro de 1966 aos 81 anos de idade no Sítio Maria José. Era casado com a terceira esposa, Francisca Farias Oliveira. Segundo o declarante, José Borges Ramos, Manoel Ubaldo deixou 9 filhos: José Borges Ramos (o declarante), Inácia Borges Gurjão, Maria Borges de Farias, Luiz Borges Gurjão casado com Rita de Farias Gurjão, Zilda de Farias Souto casada com Aluizio de Farias Souto, José Borges de Farias, Inácio Borges de Farias, Severina de Farias Oliveira, e Martinho de Farias Oliveira, também mencionou os netos: Manoel de Farias Gurjão, Maria das Dores Coutinho.

5.7 Maria Borges Gurjão nasceu no dia 15 de outubro de 1889 na Fazenda Salgadinho, São João do Cariri.

Maria Borges Gurjão casou com o Coronel Manoel de Medeiros Maracajá em 5 de junho de 1905 na Capela de São Sebastião, Timbaúba do Gurjão, Paraíba, à época distrito de São João do Cariri. Manoel de Medeiros Maracajá com 24 anos de idade, filho de Patrício Freire Mariz (o escrivão omitiu o sobrenome Maracajá) e de D. Virgínia de Medeiros (está abreviado) Maracajá, a nubente foi chamada de Maria Borges das Dores com 16 anos de idade, filha de Ubaldo Borges Gurjão, e D. Ignacia Borges Gurjão, o casamento foi realizado pelo Juiz de Direito Dr. João Maria de Brito, e foram testemunhas, Luiz Napoleão Maracajá, Dr. Elias Elíaco Eliseu da Costa Ramos, Joaquim Pereira de Medeiros, assinaram o livro, João Maria de Brito, Manoel de Medeiros Maracajá, Maria Borges das Dores, Luiz Napoleão Maracajá, casado, idade 35 anos, criador, morador em Alagoa Nova, Elias E. Eliseu da Costa Ramos, 75 anos de idade, criador, morador neste termo (São João do Cariri), e Joaquim Pereira de Medeiros, casado, 48 anos, morador neste termo (São João do Cariri).

 Após o casamento passou a assinar como Maria Borges Maracajá.

Maria Borges Maracajá faleceu às 18 horas do dia 18 de novembro de 1954 aos 65 anos de idade, na Rua Maciel Pinheiro, Vertentes, Pernambuco. Foi sepultada no Cemitério Público das Vertentes. As informações foram prestadas pelo sobrinho Francisco Borges de Farias, residente no Sítio Goiabeira, Vertentes.

Do casal Manoel Maracajá com Maria Borges Maracajá nasceram 5 filhos:

1. José Borges Maracajá;

2. Luiz Lauro Maracajá;

3. Maria Alice Maracajá;

4. Claudionor Borges Maracajá; e

5. Adilson Borges Maracajá.

5.8 Sebastião Borges Gurjão, ou Sebastião Borges Sobrinho, nasceu em 1895. Faleceu às 12 horas do dia 23 de maio de 1935 na casa do seu pai Ubaldo Borges Gurjão, ele residente no Sítio Quixaba. Era casado (Livro de Óbitos, Cartório de Gurjão, folhas 19v e 20, nº 54).

5.9 Vicente Borges Gurjão (Neto) nasceu em 1887 na Fazenda Salgadinho, Gurjão. Faleceu às 15 horas do dia 12 de julho de 1944 no Sítio Pascácio, era solteiro, foi sepultado no Cemitério Público de Gurjão.

Galeria Borges Gurjão

Sentados, da esquerda para direita: Manoel Ubaldo, Maria Borges, Francisca Borges, Ubaldo Borges Gurjão e a esposa Inácia Souto Gurjão. Em pé da esquerda para a direita: José Ferreira, José Borges, Francisco Borges, e Manoel Maracajá. Ano 1920.

Foto pertence ao arquivo de Patrício Borges Maracajá.

Maria Borges Gurjão

Cel. Manoel de Medeiros Maracajá

Felismina Borges e Agácio Borges Gurjão

Antônio Borges Maracajá

Elias Borges Gurjão

José Borges Maracajá, Zezé Maracajá

Manoel Borges Gurjão, Manoel Ubaldo

Foto: Bento Gurjão

Túmulo de Maria Borges Gurjão e seu filho, Adilson Borges Maracajá, Vertentes, PE

                                                                              Foto: Marcos Maracajá 

Lápide do túmulo de Maria Borges Gurjão e Adilson Borges Maracajá Vertentes, Pernambuco
Foto: Marcos Maracajá